Seminário sobre litigância estratégica e direito de resistência marca a importância de atuação dos defensores públicos
Werneck relatou as inúmeras mortes em periferias do Brasil por ocasião da violência. “Em 2015, o Brasil assassinou 60 mil pessoas. Não tem guerra no planeta que mate tanta gente. Trago aqui o caso do Jonathan, um jovem morto na favela de Manguinhos no Rio de Janeiro, morto pela Polícia com um tiro nas costas. Neste final de semana, uma jovem de 13 anos foi morta pela Polícia e outras três pessoas também foram assassinadas na mesma comunidade. Esse número só aumenta”. A fala dela foi de empoderamento que ressaltou a importância do trabalho do defensor público no apoio aos movimentos sociais na busca pelos seus direitos. “Gás lacrimogêneo, bala de borracha, cacetada, empurrão, dá muito medo, assusta muito, mas não é freio para a luta. Não estou recomendando ninguém a encarar não, pelo contrário, é preciso da Defensoria Pública para retaguarda, ser nosso escudo. É preciso dizer que parte do sistema de justiça está do nosso lado, porque o resto todo legitima ‘esses caras’ aí. Saibam que a gente poder repetir esse discurso de que tem autoridade do nosso lado. E isso faz toda a diferença”, disse.
A mesa de debates contou com a presença do deputado estadual Renato Roseno, do defensor público do Rio de Janeiro, Daniel Lozoya, e da ouvidora geral externa da Defensoria Pública, Merilane Coelho.