O painel de monitoramento do Sistema Nacional de Adoção (SNA) aponta que o Ceará conta com 166 crianças e adolescentes em abrigos públicos, aguardando para serem adotadas por uma nova família.
No entanto, a lista de pretendentes apresenta 1.097 famílias interessadas por um filho adotivo. O motivo dessa divergência de números é o perfil das crianças. Enquanto a maioria das famílias buscam por meninas brancas de até três anos, quase 70% das crianças aptas para adoção do país possuem mais de 8 anos e são negras.
O processo de adoção no Brasil exige um aval do Judiciário e os defensores públicos estão constantemente trabalhando para que novas famílias possam ser formadas em conformidade com as exigências da legislação. Uma criança só pode ser colocada para adoção por entrega voluntária da mãe ou quando a criança ou adolescente é retirada do seu núcleo familiar após ter seus direitos violados.
A defensora pública Nadinne Callou idealizou em Juazeiro do Norte, no Ceará, o projeto “Cegonha – Mãe Ciente, Adoção Eficiente.” A campanha busca acolher, compreender e propiciar à mulher que deseja entregar voluntariamente o(a) filho(a) à adoção toda a orientação necessária à tomada dessa decisão.
Os defensores públicos do estado, em parceria com a Vara da Infância e da Juventude, estão a postos não somente para auxiliar as mães que desejam entregar o(a) filho(a) à adoção. Famílias e pessoas que desejam ingressar no processo de acolhimento de uma criança, que hoje em dia também podem ser mães/pais solo e casais homoafetivos, também podem solicitar assistência da Defensoria Pública no processo, assim como também há grande assistência para crianças e adolescentes já cadastrados no SNA.
“O processo de adoção é demorado pois existem diversos requisitos que precisam ser cumpridos pelas famílias, para garantir que nenhuma criança ou adolescente seja prejudicado. Nós como defensores públicos atuamos em diversas etapas do processo, mas sempre com o objetivo de assegurar os direitos de todos os envolvidos”, reforça a presidenta da Associação das Defensoras e dos Defensores Públicos do Estado do Ceará (ADPEC), Kelviane Barros.