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Alfredo Homsi | Só se vive a infância uma vez

Correr, trocar figurinhas, chorar, pedir desculpas com a mesma rapidez em que se realizou a desavença são elementos típicos e nostálgicos da infância. Outrora, se via diversas crianças na calçada compartilhando brinquedos e fantasias. Hoje, parece até utópico tais ações. Na memória fica guardado a lembrança dos tempos em que ser criança era levado a sério. Estudar era a prioridade e a diversão era bônus.

Não muito distante, no Brasil se tornou comum a troca dos brinquedos por um instrumento de trabalho. O número de crianças em situação de vulnerabilidade é alarmante. Os sinais de trânsito tornaram-se seus pontos principais de sustento, ignorando o que diz a Constituição Federal: “qualquer trabalho é proibido para menores de 16 anos, sendo autorizada apenas a condição de jovem aprendiz, para maiores de 14 anos”.

Além de enxergarmos a infância sendo quebrada com o trabalho precoce, ainda temos que lidar com a exploração sexual infantil em todos os âmbitos. Além da sexualidade indevida ser apresentada muito cedo às crianças, ainda há casos onde menores de 5 anos de idade sofrem violência sexual fisicamente e têm sua infância marcada pela dor.

Orgulhosamente, nós, defensores públicos, lutamos na linha de frente batalhando em prol de preservar os direitos da infância, de forma a aplicar punições aos exploradores e aos que compactuam com essas condições criminosas. Aos cidadãos, cabem as denúncias. As notificações podem ser realizadas através do Disque 100. Além disso, a Defensoria Pública possui o Núcleo de Atendimento da Defensoria Pública da Infância e Juventude (Nadij) onde é possível encontrar apoio profissional em casos de violação dos direitos desses menores.

A infância passa rápido e deixa marcas, sejam elas boas ou ruins. Por isso, cada momento deve ser apreciado com pureza e dignidade, pois a infância só se vive uma vez.

Alfredo Homsi

Diretor de Comunicação da ADPEC