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Aposentados são os principais alvos de golpes com Pix entre atendidos pela Defensoria Pública

A Associação das Defensoras e dos Defensores Públicos do Estado do Ceará (ADPEC) faz um alerta sobre o aumento expressivo de golpes financeiros envolvendo o sistema de pagamento instantâneo Pix. Dados recentes revelam que aposentados que recebem entre um e dois salários mínimos estão entre as principais vítimas desse tipo de crime. O cenário é preocupante, visto que muitas dessas pessoas enfrentam dificuldades para reagir rapidamente e acabam suportando sozinhas o prejuízo.

Segundo um levantamento realizado pelo Núcleo de Defesa do Consumidor da Defensoria Pública de Mato Grosso, em Cuiabá, 40% dos atendimentos semanais envolvem algum tipo de golpe por meio do Pix. Golpistas utilizam diversas táticas, como se passar por familiares pedindo dinheiro com urgência, falsificar contatos em aplicativos e realizar transferências para contas de terceiros (“laranjas”). Esse quadro afeta gravemente pessoas em situação de vulnerabilidade econômica, tecnológica e intelectual, que já enfrentam barreiras de acesso à informação e a serviços bancários.

A presidenta da ADPEC, Kelviane Barros, destaca a importância de fortalecer as ações de prevenção e orientação junto à população. “Esses crimes exploram uma camada da população que já vive com recursos limitados, como aposentados e pensionistas. Precisamos atuar com medidas preventivas e com a garantia de que, uma vez ocorrido o golpe, essas pessoas possam acessar a Defensoria Pública com agilidade para buscar uma solução”.

Especialistas recomendam que os usuários estejam atentos a movimentações bancárias suspeitas. É fundamental, ao perceber qualquer transação ou débito inesperado, registrar uma reclamação junto ao banco e protocolar a ocorrência no site Gov.br, ferramenta de comunicação direta entre cidadãos e o Banco Central.

Para tentar conter o crescimento dos golpes, novas regras do Banco Central entrarão em vigor em 1º de novembro de 2024. Com a Resolução 403/2024, algumas restrições serão aplicadas:
– Transferências diárias de apenas R$ 200 para dispositivos não cadastrados;
– Limite de R$ 1.000 para contas registradas, com possibilidade de aumento em 24 horas;
– Contas suspeitas de fraude serão bloqueadas, e bancos deverão manter dados atualizados para maior segurança.

A presidenta da ADPEC, Kelviane Barros, ainda acrescenta: “Estamos acompanhando essas mudanças e esperamos que a regulamentação ajude a frear essa prática criminosa. Ainda assim, é essencial que a população esteja informada e conte com o apoio da Defensoria Pública para enfrentar esses problemas”.

A ADPEC reforça que o atendimento da Defensoria Pública está disponível para orientar e prestar suporte jurídico às vítimas de golpes financeiros, especialmente as mais vulneráveis, como os aposentados.