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Com a Palavra, o Defensor: Dra. Ana Cristina Soares de Alencar relata atuação na 8ª Câmara Cível do 2º Grau

Ana CristinaDefensora Pública desde 1994, a dra. Ana Cristina Soares Alencar já passou pela Comarca de Morada Nova; atuou no hoje Núcleo de defensa do Consumidor (Nudecom) e hoje responde pela 8ª Câmara Cível do Núcleo do Segundo Grau da Defensoria. Em entrevista, ela nos conta como é sua rotina de trabalho e quais as maiores alegrias da sua carreira. “A convivência com a comunidade é espetacular e a troca de experiência com os assistidos é muito rica, o que nos proporciona muitos aprendizados sobre a vida”, afirma.

Adpec – Quando a senhora ingressou na carreira de defensora pública? Conte um pouco do início da sua atuação.

Ana Cristina Soares de Alencar – Ingressei na Defensoria Pública do Estado do Ceará no dia 4 de janeiro de 1994, eis que fui aprovada no concurso público de provas e títulos de 1993, tendo sido lotada na Comarca de Morada Nova – Ceará, Comarca que possuía apenas uma vara, mas que em pouco tempo teve a segunda vara instalada, ficando então dois juízes e apenas um defensor público. Por já estar há dez anos sem defensor público, uma vez que naquela época o número de defensores públicos era imensamente menor que o número de hoje, havia inúmeras demandas para ingressar, muitas outras para acompanhar e também incontáveis processos criminais para defender, mas felizmente em pouco mais de um ano coloquei os trabalhos da Comarca em dia e passando, a partir de então, a ser Diretora de Secretaria da 2ª Vara de Morada Nova, cargo que ocupei por pouco mais de um ano, quando vim para Fortaleza, responder pelas duas Varas de Registro Público.

Quando da criação da Casa do Cidadão, fui para lá atender o povo, onde comecei com o hoje denominado Núcleo de Defesa do Consumidor – NUDECON, indo para o setor de petição inicial em 1999, onde trabalhei até 2009, sempre no NUDECON.

Ainda em 2009, passei à Coordenadora do Núcleo de Direitos Humanos e Ações Coletivas, cargo que ocupei por pouquíssimo tempo, passando a responder por quatro Varas da Fazenda Pública: 3ª, 7ª, 8ª e 9ª Varas, quando fui convidada pela então Defensora Pública Geral, Drª. Francilene Gomes de Brito Bessa, a dirigir o Centro de Estudos Jurídicos da Defensoria Pública do Estado – CEJ, época em que foram realizadas muitas palestras para os defensores públicos, proferidas dentre outros por Eliana Calmon, então Corregedora Geral de Justiça, Freddie Didier Júnior, Ciro Darlan, Elpídio Donizetti, Luís Flávio Gomes, Alice Bianchini, Bruno Miragem, Guilherme de Souza Nucci, Patrícia Saboya, Antonieta Barbosa, etc., tendo sido promovida por merecimento para o segunda grau de jurisdição em 2011, onde até hoje desempenho a nobre função de defensora pública.

Adpec – Em linhas gerais, como funciona a Câmara Cível do Tribunal de Justiça, na qual a senhora é lotada?

Ana Cristina Soares de Alencar – Atendo as partes e acompanho seus processos por meio de sustentações orais e petições, recursos, em sua maioria, principalmente em casos de família e consumidor, sendo oportuno destacar que são atendidas todas as pessoas que procuram o Núcleo de Segundo Grau.

Adpec – Como é a convivência com a comunidade? E a troca de experiência com os assistidos?

Ana Cristina Soares de Alencar – A convivência com a comunidade é espetacular e a troca de experiência com os assistidos é muito rica, o que nos proporciona muitos aprendizados sobre a vida.

Adpec – Quais as maiores realizações na carreira de Defensora Pública?

Ana Cristina Soares de Alencar – A maior realização que se alcança na Defensoria Pública traduz-se em sua maior dificuldade: defender e conquistar os direitos dos desvalidos, que têm apenas o defensor público como protetor.

Adpec – A senhora recebeu muitos prêmios e comendas ao longo da carreira. O que representam para a senhora esses mecanismos de reconhecimento?

Ana Cristina Soares de Alencar – Os prêmios, comendas, recebidos ao longo da carreira, seja do Ministério Público, da Assembleia Legislativa ou os elogios recebidos pelo Conselho Superior da Defensoria Pública e pela 7ª Câmara Cível deste egrégio Tribunal de Justiça, representam não apenas o reconhecimento de uma luta travada pelo desvalido, mas o imenso respeito das autoridades citadas pelo árduo e sério trabalho por mim desempenhado ao longo de minha carreira de Defensora Pública, inclusive participando toda semana de um programa de televisão na TV Jangadeiro, tirando dúvidas da população por cerca de quatro anos e durante aproximadamente três anos e meio na rádio AM do Povo. Tudo isso, contudo, decorre de Deus, a quem agradeço todos os dias por tudo.