Quem conhece o dia-a-dia de trabalho na sede da defensoria Pública do Estado do Ceará, situada na Rua Caio Cid, nº 100, bairro Edson Queiroz, admira-se com o grande contingente de hipossuficientes à procura de um atendimento, ansiando ser atendido por um defensor público. E não é por menos, haja vista que quase 90% das demandas judiciais são aforadas por esse tão precioso profissional. Os assistidos da Defensoria Pública madrugam à porta da sede, concorrendo entre si na busca de uma senha para atendimento. Sorte daqueles que conseguem uma senha e podem, assim, usufruir da assistência jurídica gratuita a que fazem jus. Àqueles que não conseguem, infelizmente só lhes resta retornar em outro dia e mais uma vez entrar na disputa. Entretanto, muitos desses pobres na forma da lei usuários do serviço prestado pela Defensoria, face à enorme distância que separa suas residências da sede do órgão, acabam por desistir de buscar o serviço gratuito pela referida instituição, uma vez que, muitas vezes, não dispõem de recursos para o árduo deslocamento.
Atenta, como sempre, aos anseios de sua população assistida, a Defensoria Pública, através de sua atual gestão, resolveu descentralizar o seu serviço, criando núcleos pontuados em algumas localidades, satisfazendo, dessa forma, as necessidades daqueles pobres de longínqua distância, bem como contribuindo para desafogar o serviço prestado em sua sede. Assim, foram criados os núcleos do bairro João XXIII, Mucuripe e Tancredo Neves, localidades de grande densidade populacional e necessitadas de um serviço jurídico que permita o acesso de seus cidadãos à Justiça formal. A criação de núcleos descentralizados é consectário do âmago da Defensoria Pública de atender prontamente os seus assistidos, garantindo a todos o direito constitucional à assistência jurídica integral e gratuita e o reconhecimento por parte do Estado da imprescindível contribuição da Defensoria Pública no processo de democratização da Justiça. Que venham novos núcleos!
DELANO CÂNCIO BRANDÃO – Defensor público
Fonte: Diário do Nordeste, 6/3/2009