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Dia Internacional Contra a Exploração Sexual e o Tráfico de Mulheres e Crianças

O enfrentamento ao tráfico de seres humanos ainda exige muito esforço. Os relatórios com dados acerca da quantidade de mulheres e crianças traficadas são escassos, tal qual a luta pelos seus direitos. De acordo com informações do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc), em 2014, 53% das vítimas foram traficadas para fins de exploração sexual, como a prostituição, seguido do tráfico de pessoas para trabalho escravo.

Seja exploração sexual, transporte ilegal de órgãos ou adoção irregular — todos são crimes ligados ao tráfico de seres humanos. Segundo levantamento feito pelo serviço Disque 100, dentre as denúncias relacionadas ao tráfico de pessoas, Amazonas, Mato Grosso, Pará e Maranhão estão entre os dez estados com maior número de casos.

Só no ano passado, de acordo com registros do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, houve mais de 30 denúncias sobre tráfico de pessoas no Ceará. O estado chegou a ocupar a terceira posição no Nordeste do país com mais notificações. No ranking brasileiro, o Ceará ficou em 10º lugar. Os casos, muitas vezes invisíveis, são recorrentes devido a grande área turística no estado, o que facilita a ação dos criminosos com promessas falsas à mulheres em situação de vulnerabilidade.

Durante esta data, 23 de setembro, há uma mobilização chamada Campanha Coração Azul, que promove uma série de atividades, nos estados brasileiros, em locais mais propensos à ocorrência desses crimes, como aeroportos, escolas, rodoviárias e regiões de fronteira.

A estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU) é de que 140 mil mulheres traficadas, em condições de servidão, façam, juntas, cerca de 50 milhões de programas sexuais por ano, a um valor médio de 50 euros cada. O volume anual gerado com a prática desse tipo de crime atinge 2,5 bilhões de euros, equivalente a R$ 5,5 bilhões.

Denúncias
No Ceará existem núcleos com apoio de defensores e defensoras públicos, que podem ser a ponte entre as vítimas de tráfico e a justiça, tornando efetivo a garantia dos direitos humanos. Além disso, o governo federal possui canais capacitados para receber denúncias de tráfico de pessoas, sempre com garantia de sigilo para os denunciantes.

Dentre os canais disponíveis estão o Disque Direitos Humanos (Disque 100), que é um serviço de discagem direta e gratuita disponível para todo o Brasil. Há também a Central de Atendimento à Mulher (180). O canal faz parte da Secretaria de Políticas para as Mulheres e tem como finalidade receber denúncias, orientar e encaminhar para os órgãos competentes os casos de tráfico de pessoas e de cárcere privado.