A vida no campo, entre plantas e animais, é uma realização pessoal para o defensor público aposentado João Vasques Landim. Natural de Missão Velha, município da Região do Cariri, localizado a 531 km de Fortaleza, dr. João é daquelas pessoas determinadas, que sabe o que quer. Depois de atuar como bancário, advogado de ofício e defensor público, hoje o nosso personagem devota o tempo livre à família, à leitura e à sua criação de gado, num sítio na zona rural de Juazeiro do Norte.
Dr. João é graduado em Direito pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Conclui o curso em 1970, ano em que o Brasil foi tricampeão da Copa do Mundo de Futebol e época em que só havia esta faculdade de advocacia no Estado.
O defensor público aposentado iniciou a vida profissional no Banco do Nordeste (BNB). Foi funcionário da instituição bancária durante seis anos. Quando terminou a faculdade, permaneceu no banco e advogando em Fortaleza, durante quatro anos. “Trabalhava no BNB para poder me manter em Fortaleza”, conta.
Vislumbrando oportunidades mais perto da cidade natal, dr. João conseguiu uma licença de dois anos do banco e retornou ao Cariri. Lá estabelecido, em meados da década de 1970, desligou-se definitivamente do BNB e se dedicou integralmente à advocacia.
Em 1978, surgiu a oportunidade de atuar como advogado de ofício. Sem pensar duas vezes, assumiu uma vaga, em Senador Pompeu. No ano seguinte, passou a atuar em Juazeiro do Norte. “O trabalho era muito sobrecarregado. A demanda era tão grande que adotei 19 auxiliares”. Nada que o fizesse desistir.
“Até então (antes criação da Defensoria Pública do Estado do Ceará), era um exagero de trabalho. A gente fazia o possível e o impossível para atender à demanda”, relata. Em contrapartida, os vencimentos deixavam a desejar. “Advogada particular porque o que ganhava como advogado de ofício não dava para sobreviver”, acrescenta.
Dr. João recorda que a Defensoria Pública foi estabelecida em 1997. Naquele ano, ingressou no Segundo Grau. Passou cinco anos (até 2002), em Fortaleza. “Sai dizendo que estava de férias porque a 24ª Vara e 1ª Câmara Cível no Tribunal não chegava a um quinto do que eu fazia aqui no Juazeiro”, brinca.
Definindo-se como uma pessoa bastante tímida, dr. João relata, no entanto uma facilidade para fazer amizades. “Conseguia me comunicar bem, apesar da timidez. Tanto que fui vice-presidente da Adpec, na gestão da dra. Mônica Barroso. Sempre tivemos um ótimo relacionamento”, comenta.
Para João Vasques Landim, a Defensoria Pública foi, acima de tudo, o espaço de trabalho onde pode conhecer o sentido literal da palavra justiça. “O ramo da advocacia é o melhor ramo para negociar. Na Defensoria, você vê a justiça acontecer. Como defensor, público, você luta por direitos. Como advogado, luta por interesses”.