Minha História, Nossa Luta

Dra. Maria de Fátima Gomes Teixeira – Minha História, Nossa Luta

O que têm em comum as carreiras de assistente social e defensor público? Para a dra. Maria de Fátima Gomes Teixeira, são profissões que se complementam. Ao assistente social cabe amparar pessoas que de alguma forma não têm total acesso à cidadania, ajudando-as a resolver problemas ligados a educação, habitação, emprego, saúde. É uma profissão voltada para a promoção do bem-estar físico, psicológico e social.

Ao defensor público, cabe garantir o direito de acesso à Justiça aos menos favorecidos. No conjunto da realidade brasileira, principalmente a partir de 1988, quando a Constituição Cidadã reafirmou a objetivo de construção de uma sociedade mais justa e solidária, coube ao Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos. A figura do Defensor, então, ganha esse papel preponderante na sociedade.

Pois a nossa entrevistada no Minha História, Nossa Luta abraçou as duas carreiras com amor e dedicação. “Sou graduada em Direito pela Universidade Federal do Ceará, e em Serviço Social pela Universidade Estadual (Uece). Cursei as duas faculdades aos mesmo tempo. Uma pela manhã, e a outra à noite”, conta, preferindo não falar de datas.

Para a dra. Fátima, as duas carreiras sempre foram absolutamente complementares. “Eu iniciei sendo assistente social, trabalhando em presídio, fui diretora da Divisão do Egressos. Depois, passei a ser defensora pública, atuando na parte jurídica. Foi uma maravilha pra mim, as formações se complementavam”, avalia.

A dra. Fátima começou trabalhando na petição inicial e se aposentou no mesmo setor. “Gostei muito de trabalhar lá porque eu atuava com o público, e como eu também sou assistente social, isso sempre foi muito bom para conciliar as duas coisas. A gente sempre entrava em contato com eles para fazer conciliação e, de uma maneira geral, com o atendimento, que eu achava muito bom, apesar de na época ser meio tumultuado, hoje já está mais estruturado, mas era muito gratificante para mim”, comenta.

“Havia uma carência de defensores e isso hoje melhorou muito. A carreira e a condição de trabalho vêm evoluindo cada vez mais”, acrescenta a dra. Fátima. O maior desafio era fazer conciliação nos casos de família, entre cônjuges. “Na minha época, a gente fazia todo tipo de petição. No acordo, queriam conversar comigo para saber se eu aceitaria alguma propina e eu disse que isso não fazia parte de mim, e fui muito elogiada pela minha atitude, inclusive por quem tentou me corromper”, relembra.

Se considerando também um pouco psicóloga, a dra. Fátima afirma tinha mesmo interesse em solucionar impasses. “A gente tem que se desligar, ser muito imparcial em certas ocasiões. Lembro de uns acordantes que acham que a gente tendia a tomar partido pelo lado da mulher. No início, eles ficavam meio rebeldes. Depois, eles acham que a gente estava até mais por eles do que por elas. É preciso ter um bom diálogo com o assistido”.

Apesar das alegrias da carreira e das amizades conquistadas, dra. Fátima se aposentou e descobriu outros desafios e prazeres, como passear e viajar com seu esposo, também aposentado. Ela tem dois filhos e uma filha. “Resolvi me aposentar e não me arrependo. Sou avó (dois meninos e uma menina). Quando me chamam para trabalhar de novo, eu digo que não, porque é o tempo de aproveitar a vida. Eu não queria trabalhar até ficar velhinha porque eu quero aproveitar o que eu construí para usufruir com saúde”, argumenta.

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