Minha História, Nossa Luta

Dra. Maria Madalena Pontes – Minha História, Nossa Luta

Desde tenra idade, a defensora pública aposentada Maria Madalena Pontes demonstrava o perfil questionador que a acompanha até hoje. Da época de menina, em Itapipoca, quando morava com os avós, lembra da figura austera da “Vó Antônia”, com quem conviveu até esta falecer há alguns anos, e de quem herdou a altivez e a obstinação.

Pelas fotografias que Madalena mostra, revelando detalhes de saudosas passagens de sua vida, é impossível não perceber a formosura de seus traços, com destaque para seus belos olhos azuis, que aliados à sua natural inquietude certamente despertaram muita admiração, muito embora ela tenha preferido dedicar sua vida à fé e à família, tendo quase optado em seguir a vida religiosa. “Cheguei a passar um mês no convento, mas não me acostumei. Decidi fazer a minha parte aqui fora”, diz.

Madalena é o que se pode chamar de uma “noviça rebelde”. Tome-se como exemplo a forma com que decidiu enveredar na área do Direito. Certa vez, confusa sobre que caminho seguir, foi até o padre para que este indicasse que decisão tomar: Direito ou Serviço Social. Nem bem o padre terminou de orientar para que ela fizesse Serviço Social, lá foi Madalena tentar o vestibular para Direito. “Eram duas boas opções. Minha avó sempre dizia que até um copo d’agua que se dá a um irmão, Deus agradece. E foi isso que eu quis fazer: ajudar ao próximo”, ressalta.

Já na faculdade, após concluir o científico no Colégio Liceu, ela lembra que sua primeira paixão foi Direito do Trabalho, mas ao finalizar o curso, seguiu na área criminal. Antes de ser aprovada no concurso para advogada de ofício, hoje defensora pública, foi diretora de publicações da Secretaria de Cultura do Estado e diretora de Pessoal da Funceme. “Só depois fiz o concurso. Então passei seis meses em Crateús, quando voltei para Fortaleza e fui defensora durante 14 anos na Polícia Civil”, diz Madalena. Após esse período, continuou a atuar na área criminal. Desta vez no Fórum Clóvis Beviláqua, até se aposentar.

O certo é que um breve diálogo com Maria Madalena é o suficiente para dar início a uma bela amizade. Alguém que te recebe com um forte aperto de mão e um abraço, na melhor ilustração da expressão Seja Bem Vindo. “Tem gente que não sabe apertar a mão de uma pessoa. É importante ser de verdade”, diz. Verdade, taí uma coisa que sobra nesta simpática senhora, que com sua simplicidade e franqueza indiscutivelmente dá mostras de uma personalidade adorável, cativante. Uma mulher que com gestos e atitudes exala bom caratismo e compaixão. Esta é Maria Madalena Pontes.

Por Lucílio Lessa

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