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Eduarda Paz | Consciência Negra: uma atitude que deve ser diária

Após dados coletados pela Defensoria Pública do Estado do Ceará, foi relatado que os casos de racismo no estado cresceram 77%. O questionamento sempre surge: onde está a nossa consciência sobre a nossa identidade? Por que continuamos falhando e reproduzindo atitudes racistas? Essa reflexão sobre nossa consciência deveria ser diária, porém, enquanto ainda existir preconceito, o Dia da Consciência Negra chega para despertar uma consciência ainda adormecida por grande parte da sociedade. Sendo uma data tão significativa, o Dia da Consciência Negra reúne diferentes ações de combate ao racismo e reacende o debate sobre a chegada dos negros ao país, a escravidão no Brasil e o racismo estrutural da sociedade.

Como Defensores, temos o dever de prestar orientação jurídica e exercer a defesa dos necessitados em todos os graus, bem como de promover a difusão e a conscientização dos direitos humanos e da cidadania. Por isso, o exercício da nossa profissão nos coloca à frente do combate ao racismo. Afinal, não existe a manutenção dos direitos humanos sem a erradicação total de qualquer tipo de preconceito.

Quando falamos do papel dos Defensores nesse combate, estamos falando sobre diversos âmbitos. O atendimento às vítimas é um ponto importante, mas não o único. Nosso papel está intrínseco em ações que realizamos e em debates diários. O exemplo disso foi que, recentemente, a Associação dos Defensores Públicos do Estado do Ceará (ADPEC) participou, em parceria com a Associação Nacional dos Defensores Públicos (ANADEP), da campanha “Racismo se combate em todo lugar: Defensoras e Defensores Públicos pela equidade racial”, com o objetivo de ter uma série de ações ao longo do ano para fomentar a necessidade de equidade étnico-racial no acesso a direitos e às políticas públicas.

Por isso, nós, Defensoras e Defensores, reforçamos a importância do Dia da Consciência Negra para a inserção do negro na sociedade, com um intuito de trazer para o acesso desta população algo que deveria ser de todos, mas que roubaram-lhes desde os tempos de escravidão e nunca mais devolveram: o acesso à direitos básicos e maior expectativa de vida.

 

Eduarda Paz e Souza
Defensora pública e associada da ADPEC
dudapazesouza@yahoo.com.br