O quadro “Minha História. Nossa Luta.” chega à sua sexta edição tendo como entrevistada a Defensora Pública aposentada, Dra. Maria de Loreto Bandeira.
Dra. Maria de Loreto Bandeira
Em 1975 se formou em Direito pela Universidade Federal do Ceará. Mas, o estágio na Assistência Jurídica aos Necessitados teve início entre 1973 e 1974. Dra. Loreto conta que o seu desejo era tornar-se Advogada de Ofício, mas, lembra que, naquela época, ainda se nomeava por indicação. “Eu não tinha nenhum parente ou conhecido de influência, nenhum padrinho forte que conseguisse minha nomeação”, diz.
Não demorou muito e, em 1978, foi aberto o primeiro concurso para Advogado de Ofício. “Fiz o concurso e passei. Como havia a opção em relação ao local de trabalho, se na Capital ou Interior, por ter escolhido Fortaleza tive que esperar ser chamada”, explica. Sentindo que poderia levar algum tempo para ser nomeada, Dra. Loreto decidiu optar pelo Interior e, em 1983, tomou posse na comarca de Beberibe, onde permaneceu por nove anos.
“Foram muitas dificuldades enfrentadas, como a falta de local para trabalhar – atendíamos em um Cartório e não tínhamos sequer uma mesa – e de material de escritório. Tive que comprar uma prancheta para ter um apoio quando atendia às pessoas”, conta Dra. Loreto, ressaltando que, no entanto, a experiência ali vivida foi muito compensadora. “Foi uma época muito boa. A convivência com as pessoas mais humildes nos permite ter outra visão da vida, vemos como fomos privilegiados com tudo o que temos, oportunidade de estudo, de trabalho”, afirma.
Ao retornar a Fortaleza, passou a atuar na 1ª Vara de Delitos de Trânsito. Em seguida, foi para a 4ª Vara de Delitos de Trânsito. Em 1998, com a extinção da 3ª e 4ª varas de trânsito, que foram transformadas em varas de família, Dra. Loreto foi para a 13ª Vara Criminal, ali permanecendo até 2011, quando se aposentou.
Embora não tenha atuado diretamente na Associação dos Defensores Públicos do Estado do Ceará-Adpec, ela diz que acompanhou os movimentos, participando de visitas à Assembleia Legislativa e de manifestações em prol de uma Defensoria mais forte e valorizada. Cita nomes de colegas, entre outros, que muito fizeram pela melhoria da situação da categoria: Dr. Jesus Xavier de Brito, Dr. Francisco Bezerra, Dra. Jacirema Moreira e Dra. Salete Castelo Amoreira.
Dra. Loreto fala com muito entusiasmo sobre a profissão que abraçou. “Foi a minha vida, me realizei como Defensora Pública. Se pudesse faria tudo de novo”, conclui.