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Minha História, Nossa Luta com o dr. Rubem Abitbol de Menezes

rubem abitbolUm homem de família. Assim podemos definir o defensor público aposentado Rubem Abitbol de Menezes. Casado há 45 anos, às 24 horas do dia – como ele mesmo diz – com a senhora Maria Alice, ele se orgulha dos quatro filhos (três homens e uma mulher) e do casal de netos. E se orgulha também do trabalho que desenvolveu como advogado de ofício e, posteriormente, defensor público.

Natural de Belém do Pará, dr. Rubem veio para Fortaleza com um ano e seis meses de idade. Por isso, se considera cearense. Aqui sua família se estabeleceu, com o pai trabalhando no varejo farmacêutico. “Estudei aqui, defendi as cores do Estado do Ceará na Seleção Cearense de Vôlei durante cerca de 15 anos”, conta. Sim, nosso entrevistado foi atleta de vôlei. “Naquela época, não era preciso ser tão alto”, frisa.

Com parte da família de origem judaica, a mãe quis que dr. Rubem e seus três irmãos e duas irmãs fossem educados em colégios católicos. “Não havia sinagogas no Ceará, então, ela nos encaminhou na religião católica. E até hoje somos praticantes”, afirma. Essa educação o marcou tanto que ele lembra de um momento, com cerca de 18 anos, quando sua mãe o chamou e disse: “eu te dei uma opção religiosa. Daqui para frente, você segue a religião que quiser”.

Embora não houvesse advogado na família, dr. Rubem conta que sempre teve vontade de cursar a Faculdade de Direito. Concluiu o curso na Universidade Federal do Ceará (UFC) em 1965. As experiências profissionais começaram, após sair do CPOR, no Departamento Mecanográfico do Estado do Ceará, que depois veio a ser o Seproce. “Trabalhávamos com o que seria o embrião dos computadores”.

Exercia o cargo de diretor administrativo do Departamento quando foi nomeado advogado de ofício pelo governador Plácido Castelo. “Fui advogado substituto de Luís Portela Marcílio, que se afastara para ser diretor da Faculdade de Direito”. No governo César Cals, durante uma reforma administrativa, todos os servidores com nível superior que quisessem exercer a atividade de formação participaram de um processo de seleção interna. “Desta forma, fui, por assim dizer, o único advogado de ofício concursado”, destaca.

Dr. Rubem exerceu vários cargos na administração pública estadual. Foi chefe de gabinete da Secretaria de Educação e da Procuradoria Geral do Estado, quando o procurador de então era o hoje desembargador Ernani Barreira. Também chefiou o gabinete na Secretaria de Administração, da qual chegou a ser titular. Depois, foi convidado a ser assessor do desembargador Ernani. “Essas atividades me afastaram um pouco da advocacia”.

Relembrando os tempos de advogado de ofício, dr. Rubem diz que era uma atividade muito limitada. “Não tinha a abrangência que tem hoje. Nossa atuação era restrita a algumas ações específicas no Fórum. Hoje, a Defensoria Pública ocupa o seu devido espaço social”, frisa. As ações que mais predominavam eram de alimentos, “desquite”, investigação de paternidade. “Não existia a figura do divórcio e o sujeito chegava lá e dizia: doutor, vim buscar meu desquite”.

Advogando hoje em seu escritório, juntamente com dois dos seus filhos, dr. Rubem diz que atua como uma espécie de “padre” ou conselheiro de casais, nas causas de Direito de Família. “Muitos amigos mandam os filhos que estão com problemas no casamento aqui no escritório e eu atuo como um conciliador, mostro que todo casamento passa por crises e que é preciso pensar bem antes de desistir da família constituída”.

Também substitui os filhos quando há audiências em horários coincidentes, e atua muito na parte de inventários. Sem pensar em “pendurar de vez as chuteiras”, dr. Rubem Abitbol quer apenas reduzir o ritmo. Ou melhor, atuar de forma mais leve. “Tenho vontade de fazer um cartão assim: Rubem Abitbol de Menezes: só assuntos consensuais”, brinca este ex-atleta que é uma simpatia só.