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Mulheres recebem orientação jurídica (Diário do Nordeste)

As mulheres do bairro Tancredo Neves tiveram, nesta sexta-feira, a oportunidade de saber mais sobre seus direitos. A campanha “Mulheres, Nós Defendemos” ofereceu, a cerca de 200 pessoas, atendimento e orientação jurídica, além de serviços paralelos como oficinas de culinária, corte de cabelo e retirada do passe livre para o idoso. Pensão alimentícia, divórcio, guarda dos filhos e a lei Maria da Penha são as maiores dúvidas das mulheres do bairro.

´“O principal problema aqui é a violência doméstica. A campanha é boa para as mulheres conhecerem seus direitos e denunciarem“, enfatiza a dona-de-casa Liziane Márcia Girão da Silva, 35 anos, que conversou com defensores públicos sobre o problema.

À partir da prática e do conhecimento da Defensoria Pública, uma cartilha foi produzida esclarecendo as dúvidas mais freqüentes das mulheres em relação aos seus direitos. Mariana Albuquerque, presidente da Associação dos Defensores Públicos do Estado do Ceará (ADPEC), afirma que a maior procura é por informação. “Elas chegam na Defensoria com muitas dúvidas. Por isso fizemos a cartilha, para difundir os direitos da mulher”.

O Núcleo Descentralizado da Defensoria, presente nos bairros Tancredo Neves, Mucuripe, Ellery e João XXIII, ofereceu o atendimento jurídico às mulheres durante a campanha. Karine Matos, defensora pública do Núcleo Descentralizado, garantiu que, portando os documentos necessários, as mulheres já levavam sua ação pronta. Uma unidade móvel da Defensoria Pública estava no local para prestar esse serviço.

´Os direitos em relação à família são as principais preocupações das mulheres. Muitas acreditam que, ao sair de casa, perdem seus direitos”, esclarece a defensora pública.

Os serviços paralelos, de acordo com Karine, têm o objetivo de levar cidadania e elevar a auto-estima das mulheres. “Todos os serviços são de interesse delas, fazendo com que compareçam ao evento e saiam autoconfiantes, conhecendo seus direitos e se sentindo bem com sua imagem”.

A cozinheira Margarida Queiroz reforça: “Sempre participo, mas hoje vim mais pelo corte de cabelo”.

VIOLÊNCIA
Bairro enfrenta a falta de segurança

A violência ainda é o maior problema do bairro Tancredo Neves. É o que informa Simone Fernandes, presidente do Instituto de Assistência e Proteção Social, organização não governamental que presta serviços sociais e educativos no bairro há 11 anos. “O uso e o tráfico de drogas transforma o bairro em um ambiente violento”, opina.
A presidente da Associação dos Moradores do Bairro, Elenir Oliveira, disse que, além da violência, o desemprego também é um problema do bairro. Para mudar esta realidade, a ONG volta sua assistência para os jovens, oferecendo oficinas profissionalizantes, cursos de informática, aulas de capoeira e incremento escolar. “Tendo ocupação, estes jovens se distanciarão das drogas e terão uma possibilidade de se incluir no mercado de trabalho”, garante Simone.Já a Associação dos Moradores apoia e promove eventos voltados para a inclusão social dos moradores. Ressalta que a campanha orienta a população que não tem condições de se deslocar até a Defensoria”.

 

 

 

Fonte: Jornal Diário do Nordeste,  21/3/2009