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Jornal O Povo: Ana Cristina Barreto concede entrevista sobre “275 medidas protetivas já foram solicitadas via internet no CE”

Após quatro meses da criação do sistema de medidas protetivas de urgências via Internet no Ceará (através do site https://mulher.policiacivil.ce.gov.br/), 275 medidas foram solicitadas, uma média de dois casos por dia. A implantação do projeto, que foi lançado em 2023, ocorreu em uma parceria com as secretarias das Mulheres (SEM) e da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).

FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL, 21-11-2023: O governador Elmano de Freitas, e a vice-governadora e secretária das Mulheres, Jade Romero, lançam, o Programa Ceará por Elas no Palácio da Abolição. (Foto: Samuel Setubal) (Foto: Samuel Setubal)
Foto: Samuel SetubalFORTALEZA, CEARÁ, BRASIL, 21-11-2023: O governador Elmano de Freitas, e a vice-governadora e secretária das Mulheres, Jade Romero, lançam, o Programa Ceará por Elas no Palácio da Abolição. (Foto: Samuel Setubal)

As medidas protetivas de urgência estão previstas na Lei Maria da Penha para as vítimas de violência doméstica e se estende para seus dependentes. A vice-governadora e secretária das Mulheres, Jade Romero, apontou que o número de solicitações vem crescendo e que esse é um reflexo da confiança das mulheres em situação de violência no serviço oferecido.

Para a defensora pública Ana Cristina Teixeira Barreto, a novidade é uma alternativa a mulheres que, por inúmeras situações, não estão podendo sair de casa para pedir a medida. Ela explica que, do ponto de vista legal, não há nenhuma diferença entre a concessão da cautelar solicitada de modo presencial ou virtual. A defensora só diz que, indo a delegacias, há a possibilidade de já apresentar elementos de prova da violência, como a indicação de testemunhas, por exemplo. O importante, porém, diz Ana Cristina é romper o silêncio e denunciar a situação de abuso. “Se os homens já descumprem as medidas com tornozeleiras eletrônicas, imagina sem nenhum tipo de medida”, afirma.

A defensora observa haver um aumento da violência contra a mulher desde a pandemia de Covid-19. Embora autoridades costumem falar que o que ocorre é o aumento no número de denúncias feitas, Ana Cristina diz que esse discurso existe desde que a Lei Maria da Penha passou a vigorar. Por isso, ela aponta haver um crescimento dos casos em si. A defensora ainda lembra a redução dos orçamentos para políticas públicas contra mulheres no âmbito federal nos últimos anos.

“Por mais difícil que seja a situação, pedir ajuda é o primeiro passo, seja para algum vizinho, amigo, familiares”, diz Ana Cristina. “É preciso ter consciência de que não é culpa da mulher. Muitas delas têm um sentimento de vergonha, é preciso se desviar desse sentimento”. Equipamentos como a Casa da Mulher Brasileira em Fortaleza contam, cita a defensora, com acolhimento provisório, assim como há medidas legais que incluem a transferência de urgência da matrícula escolar dos filhos ou, no caso de servidoras públicas, é possível transferir-se de unidade. “O primeiro passo é romper o silêncio. A mulher precisa saber que ela não está sozinha”. (Lucas Barbos)

Urgência

Para solicitar uma medida protetiva de urgência pela internet, basta acessar o site https://mulher.policiacivil.ce.gov.br/

 

FONTE: Jornal O Povo