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Dra. Ruth Rodrigues de Lima – Minha História, Nossa Luta

RuthAnos de trabalho como defensora pública e a frente de cargos importantes no executivo não foram suficientes para Dra. Ruth Rodrigues de Lima. Ainda hoje, ela preserva a vivacidade que a impulsiona a assumir extenuantes responsabilidades profissionais, transformadas por ela em combustível para a realização de um objetivo maior: dar sua contribuição à sociedade. Em sua concorrida rotina na Assembleia Legislativa do Ceará, onde atua como assessora jurídica do Departamento de Recursos Humanos, Ruth reservou um tempo para o Minha História. Nossa Luta, e relembrou momentos que simbolizam não só a trajetória de uma grande profissional, mas as conquistas de toda uma classe.

É em meio a dezenas de documentos e demandas que Ruth fala com desenvoltura sobre sua história, ao mesmo tempo que evidencia alguns traços de sua personalidade. As pulseiras, os anéis, ou mesmo os cabelos bem arrumados e a roupa elegante, denunciam a preocupação pelos detalhes. Mas a recusa ao pedido de uma colega para que retocasse a maquiagem, aponta a praticidade de sua natureza. Tanto é assim que, mesmo tendo feito o curso normal e iniciado a faculdade de Pedagogia na Universidade Estadual do Ceará, não titubeou em abandonar o que sempre havia sido sua primeira opção para se aventurar no Direito. “Fui aprovada em Pedagogia na Uece e em Direito na UFC (Universidade Federal do Ceará). No segundo semestre já não tinha dúvidas e me decidi pela minha profissão”, conta.

Antes de iniciar a faculdade, Ruth já havia casado. Ao se formar, pensou: “o que vou fazer agora?” O questionamento nada mais era que uma grande vontade de fazer diferença na profissão. E ela fez. De início, começou a advogar – embora já tivesse grande experiência na área administrativa, já que era servidora pública do Estado desde antes do curso de Direito. Seu primeiro trabalho como “advogada de ofício” foi no Instituto Psiquiátrico Governador Stenio Gomes. “Foi uma época dolorosa. É muito difícil trabalhar com presos e portadores de doenças mentais”. Em seguida, atuou na Assistência Judiciária do Estado. Logo após, foi convidada a assumir o cargo de diretora do departamento pessoal da administração direta na Secretaria de Administração, posteriormente sendo direcionada à assessoria jurídica, onde acompanhava de perto todos os projetos de lei que tivessem relação com os defensores.

Entre tantas lutas pela categoria, ela destaca seu empenho pela criação da Defensoria Pública, após a promulgação da Constituição de 1988. E mesmo ao se aposentar depois de anos de atuação no executivo estadual, continua há 18 anos suas atividades na Assembleia Legislativa, onde novamente acompanha de perto tudo o que envolve a classe dos defensores. “Sou realizada tanto na vida profissional quando na pessoal. Ainda hoje recebo ligações com pedidos de orientação. Não fui esquecida”, diz ela, que possui três filhos. “Uma pedagoga, um economista e o outro formado em Direito, mas que atua no magistério”, destaca, orgulhosa. O interesse pelos estudos levou Ruth, inclusive, a se especializar em psicopedagogia.

E mesmo tendo atuado em tantos cargos importantes ao longo de sua carreira, é na simplicidade que ela, uma vencedora nascida em Icó, no interior do Estado, resume a importância do seu trabalho. “Nos meus primeiros anos como advogada de ofício, consegui o divórcio de uma senhora muito humilde. O marido estava ausente, mas eu convenci o juiz. Ela ficou muito agradecida e, na sua simplicidade, me presenteou com umas tangerinas muito bonitas. Eu fiquei muito comovida com aquela ação. É uma missão muito honrosa ajudar os necessitados”, conclui.

Por Lucílio Lessa