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ADPEC premiou 6 mulheres na primeira edição do Prêmio “Mulheres Extraordinárias”

Para dar visibilidade, reconhecimento e destaque a inúmeras mulheres que têm forte impacto na sociedade em vários segmentos, a ADPEC lançou a sua primeira edição do inédito prêmio “Mulheres Extraordinárias”. Na noite do dia 23 de março, no Pipo Restaurante, seis nomes foram eleitos para compor o hall de premiadas da estreia desta honraria. Os nomes escolhidos e suas respectivas categorias foram: Zelma Madeira, trabalho social; Érica Albuquerque, trabalho científico; Sandra Dond, fazendo história; Maria da Penha, Destaque Nacional; e Maria de Lourdes Conceição (Cacique Pequena), superação.

“Premiar essas mulheres é uma honra! Elas fizeram e fazem a nossa sociedade evoluir diariamente, sempre em busca de mais direitos e igualdade para as mulheres que, muitas vezes, vivem em um contexto de violência, desvalorização e subserviência. Essa é a primeira edição, mas essa iniciativa acontecerá anualmente no mês de março”, afirma Kelviane Barros, presidenta da ADPEC.

A escolha dos nomes vencedores foi baseada na qualidade, relevância e abrangência das ações das indicadas; qualificação, experiência, trajetória pessoal e profissional; capacidade de superar dificuldades e desafios; e impacto na ADPEC, no público assistido pela Defensoria Pública ou na própria instituição. O prêmio tem como objetivo prestar homenagem às mulheres que têm uma contribuição única para a sociedade e inspirar outras a seguir seus passos.

Composição do Júri
Este ano, o júri é composto por cinco mulheres com trajetórias singulares, incluindo Kelviane Barros, defensora pública e presidente da ADPEC; Maria Elias Soares, professora da UFC e membro da comissão de avaliação do INEP; Nívea de Matos Rolim, defensora pública e ex-presidente da ADPEC; Ana Naddaf, jornalista e diretora executiva de jornalismo em O Povo; e Mara Guedes, professora e coordenadora da Casa da Mulher Cearense na região do Cariri.

Saiba mais sobre as premiadas

A vencedora da categoria trabalho social é Zelma Madeira: Atualmente, é Secretária da Igualdade Racial do Governo do Ceará, mas já foi assessora Especial de Acolhimento aos Movimentos Sociais do Ceará e coordenadora Estadual de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial do Ceará, da Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos. Foi vencedora do Prêmio Innovare 2020, na categoria Justiça e Cidadania, por ser uma das criadoras do projeto “Campanha Ceará Sem Racismo – Respeite minha história, respeite minha diversidade”. Zelma faz um trabalho social edificante e brilhante.

A vencedora da categoria Trabalho Científico é Érica Albuquerque: É titular da 5ª Defensoria Pública da Infância e da Juventude; idealizadora e fundadora do Nadij (Núcleo de Atendimento da Defensoria da Infância e da Juventude) e do Nuaja (Núcleo de atendimento a jovens e adolescentes em conflito com a lei) da DP/CE. Ele é Idealizadora e Coordenadora do Centro de Justiça Restaurativa da Defensoria Pública do Ceará. Facilitadora em círculos de Justiça Restaurativa e construção de paz. Co-autora do Manual de Orientações Técnicas para uso de Práticas Restaurativas como alternativa ao processo judicial. Instrutora de Círculo de Construção de Paz, certificada pela Coordenação de Mediação, Justiça Restaurativa e Cultura de Paz (COMPAZ – Governo do Estado do Ceará) e também Mestre em Direito e Gestão de Conflitos pela Universidade de Fortaleza

A vencedora da categoria Mulheres na Política é Jade Romero: Ela é vice-governadora do Estado do Ceará e tem trabalhado fortemente pelos pleitos da sociedade na gestão atual e, principalmente, vem concedendo bastante atenção às pautas que dizem a respeito dos direitos e interesses das mulheres cearenses. Foi secretária-executiva do Esporte do Governo do Ceará na gestão Camilo Santana, como também foi secretária de Participação Popular de Fortaleza e é mestranda em Administração Pública, pela Universidade de Lisboa.

A vencedora da categoria Fazendo História é Sandra Dond: Ela é Defensora Pública desde 1984, na época, a denominado de “Advogado de Ofício”. Atuou inicialmente na Comarca de Aracoiaba, depois foi lotada no Instituto Penal Paulo Sarasate-IPPS onde ficou até janeiro de 1988, ocasião em que foi convidada para exercer o cargo de Diretora do Instituto Presídio Professor Olavo Oliveira – IPPOO. Esse novo desafio despertou muita expectativa junto à população e a imprensa em geral, pois era a primeira vez que uma mulher a ocupava o cargo de direção numa Penitenciária masculina. Se destacou nessa função e realizou um trabalho sério que foi reconhecido por muitos pela forma firme e humana com que conduzia aquela Unidade Prisional por mais de 4 anos. Após esse período, representou a Defensoria Pública na 2ª Comissão de Processo Administrativo Disciplinar da Procuradoria Geral do Estado. Foi convidada pelo então Secretário de Justiça Deputado Paulo Duarte a Coordenar o Sistema Prisional do Estado e após isso foi convidada pelo Governador Tasso Jereissati para compor o corpo de secretários do seu Governo, tendo sido nomeada para o cargo de Secretária de Justiça, exercendo cumulativamente a Presidência do Conselho Estadual Anti-drogas.

A vencedora da categoria Destaque Nacional é Maria da Penha: A cearense Maria da Penha é uma mulher que fez e continua fazendo história na luta contra a violência voltada para meninas e mulheres, sendo uma inspiração para todas aquelas que precisam ir atrás dos seus direitos e reconhecer os limites de uma relação abusiva. A sua trajetória em busca de justiça durante 19 anos e 6 meses faz dela um símbolo de luta por uma vida livre de violência. Essa ação culminou na Lei N. 11340, mais conhecida como Lei Maria da Penha. Autora do livro “Sobrevivi… posso contar (1994)” e fundadora do Instituto Maria da Penha (2009), também participa de palestras e luta contra a impunidade. Foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz e ganhou o Grande-Colar do Mérito do Tribunal de Contas da União. Um orgulho para todos que acompanharam um pouco da sua história.

A vencedora da Categoria Superação é Maria de Lourdes Conceição, a Cacique Pequena: Em meados da década de 1990, uma organização que era conhecida por ter sempre homens no poder, viu o seu principal chefe, cacique Teodorico, falecer. Assim, a comunidade Jenipapo-Kanindé ficou sem líder e veio a nomeação de Maria de Lourdes Conceição (Cacique Pequena), a primeira mulher a se tornar cacique no Brasil. Cacique Pequena assumiu o cacicado em 6 de março de 1995, desde então ela partiu em busca de melhoria para sua comunidade. Dentro de sua trajetória de luta. Cacique Pequena conquistou vários benefícios para a aldeia, como casa de farinha, galpão de artesanatos, escola, posto de saúde, energia, abastecimento de água, pousada, museu indígena. Uma de suas maiores conquistas foi o reconhecimento étnico de seu povo. O Google selecionou mulheres inovadoras que lutaram para conquistar seu espaço no cenário mundial e Cacique Pequena estava lá, ocupando o seu espaço também no meio virtual. Uma história de superação e que a ADPEC tem muito orgulho de contar em forma de premiação.