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Quilombola e historiadora Joyce Ramos assume a Ouvidoria Geral Externa da Defensoria Pública do Ceará

Na última sexta-feira, 4 de agosto, o Conselho Superior (Consup) da Defensoria Pública do Ceará (DPCE) anunciou a escolha de Francisca Joicemeiry Ramos de Brito, mais   conhecida como Joyce Ramos, como a próxima ouvidora geral externa da instituição. Joyce disputou o cargo de ouvidora com Sarah Menezes e Carlos Dias, integrando a lista tríplice resultante da eleição realizada em 27 de julho, a partir das indicações da sociedade civil organizada. Ao todo foram 84 instituições participantes e 228 votos coletados em Fortaleza, Sobral e Crato. Joyce obteve o maior apoio, com 55 votos, representando 24,12% do total.

Com 41 anos, Joyce é natural de Baturité (CE) e possui raízes quilombolas na Serra do Evaristo. Graduada em História pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), a nova ouvidora tem mais de 25 anos de atuação voltada para o bem-estar de jovens, mulheres e trabalhadores rurais e urbanos.

Em meados dos anos 2000, por meio da militância no Movimento Sem Terra no Ceará, fez parte da coordenação nacional do setor de Direitos Humanos do MST, acompanhando as violações de direitos referentes aos assentados e acampados da Reforma Agrária e articulando com estudantes e advogados populares através da Rede Nacional de Advogados e Advogadas Populares (RENAP).

Kelviane Barros, presidenta da ADPEC, parabeniza a nova ouvidora. “Sua experiência como quilombola, professora e historiadora certamente contribuirá para uma atuação pautada na justiça social e na promoção dos direitos humanos, consolidando a importância da Defensoria Pública como uma instituição acessível e comprometida com o bem-estar de todos os cidadãos”, afirma.

Joyce acredita que o maior desafio que enfrentou enquanto militante dos Direitos Humanos em seus 25 anos de carreira foi a falta de estrutura para um maior acompanhamento dos casos de violação de direitos no estado. Agora, como ouvidora, ela pretende contribuir com o fortalecimento da Defensoria Pública do Ceará, ampliando o diálogo com o máximo de representação da sociedade. “O sentimento é de representatividade social, de construção da democracia participativa e o de muito esperançar na efetivação da justiça para os que mais precisam dela”, finaliza.