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As marcas de um guerreiro chamado nordestino

Ele é mais conhecido como “arretado”. E que elogio! Segundo o dicionário cearense, uma pessoa arretada pode ser considerada como alguém excelente em tudo o que faz. Desenrolado é o sinônimo. Suas mãos calejadas do trabalho árduo revelam sua vontade de vencer na vida. Porém, se engana quem pensa que é só com enxadas e no sol escaldante que atua. Ele está em muitos lugares. Às vezes, vestindo um terno e defendendo direitos de muitos cidadãos diante de um tribunal. Em outros momentos, ele pode estar vestindo um uniforme de professor escolar ou lavrando uma porção de terra.

Não importa o traje, a sua presença forte sempre será um diferencial. É possível distingui-lo entre tantos. Sim, estamos falando do nordestino. Hoje é seu dia! Uma data para celebrar as virtudes desse ser tão guerreiro desde o ventre, mas também uma data para nos fazer refletir sobre os distintos desafios enfrentados por seu povo. Ele luta daqui, luta dali e cada vitória é comemorada “com gosto”.

Rico é o Brasil por ter em sua composição a região Nordeste. Ela é colorida, cheia de vida, calorosa, e esse adjetivo também é literal, seus ventos praianos e salinos se misturam ao sabor temperado do bom baião de dois, típico das mesas nordestinas. E não há como esquecer do seu bom humor tão espalhado pelo Brasil. Não é à toa que onde um nordestino chega, a roda de conversa se torna uma graça.

Viva a lei 14.952, do ano de 2009, que nos deu o direito de celebrar este dia com festividade e relembrar os nomes daqueles que fizeram a diferença pelo mundo a fora e que, sem coincidência alguma, são nordestinos. Viva o povo que abre um sorriso em meio a dor, que ergue a voz da esperança e com orgulho faz das palavras do nosso poeta, Patativa do Assaré, as suas:

“Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla
De riso na boca zomba no sofrer
Não nego meu sangue, não nego meu nome
Olho para a fome, pergunto o que há?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará.”