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Dia Internacional dos Povos Indígenas é celebrado no Ceará em meio a lutas e tradições

Nesta quarta, 9 de agosto, o mundo celebra o Dia Internacional dos Povos Indígenas, uma data que destaca a rica diversidade cultural e as lutas enfrentadas por diferentes etnias. No Ceará, existem 15 povos indígenas – Anacé, Gavião, Kanindé, Kariri, Tremembé, Tapeba, Jenipapo-Kanindé, Pitaguary, Kalabaça, Karão, Tapuia-Kariri, Tubiba-Tapuia, Potyguara, Tabajara e Tupinambá.

Do artesanato à pesca, passando pelos coloridos penachos e cocares, danças e crenças, essas comunidades são depositárias de um patrimônio cultural inestimável e cada povo traz consigo características únicas, como, por exemplo, os Tremembés. Eles estão localizados em São José do Torto, em Itapipoca, e possuem uma forte relação com o mar, devido à proximidade da costa. Isso faz com que suas tradições culturais estejam relacionadas à pesca artesanal e artesanato em fibra de carnaúba.

Já os Potyguaras, localizados em Croatá, Poranga e Ipueiras, possuem costumes ligados à cerâmica, tecelagem e artesanato. Enquanto isso, os Tapebas, em Caucaia e São Gonçalo do Amarante, são conhecidos pela dança do toré e o artesanato em cerâmica. Já os Anacés, em Sítio Poço Comprido, tem uma ligação com o cerrado e suas práticas agrícolas tradicionais.

Neste Dia Internacional dos Povos Indígenas, é importante reconhecer tanto a riqueza cultural dessas comunidades quanto as batalhas que enfrentam para a preservação de suas tradições e territórios. Segundo o artigo 231 da Constituição, a União deve proteger e demarcar as terras tradicionalmente ocupadas por essas comunidades, garantindo-lhes segurança e espaço para a continuidade de suas práticas culturais e modos de vida.

Kelviane Barros, presidenta da ADPEC, ressalta a importância da demarcação de terras. “Desde a Constituição Federal de 1988, que garante a proteção dos costumes, línguas, crenças e tradições indígenas, os povos originários do Ceará têm lutado incansavelmente por seus direitos territoriais. Há mais de três décadas, as demandas pela demarcação de terras pendentes junto ao governo federal persistem. É preciso reforçar a necessidade de respeitar e proteger os direitos indígenas no Ceará e em todo o Brasil”, afirma.